segunda-feira, 31 de maio de 2010

Aspectos Físicos da Inglaterra


Geografia física

Geologia e relevo

Somente as partes norte e oeste da Grã-Bretanha podem ser consideradas montanhosas; ainda assim, trata-se de maciços muito antigos, cujas formas arredondadas e aplainadas poucas vezes alcançaram mil metros de altura. O Ben Nevis, o pico mais alto do Reino Unido, situa-se no oeste da Escócia e tem 1.343m. Na Escócia, uma faixa de planícies (lowlands), em que se concentra a população, é dominada pelos planaltos (highlands), no norte, um maciço antigo escavado pelas geleiras quaternárias e cortado em dois pela profunda fenda de Glen More, que se estende de mar a mar na direção sudoeste-nordeste.

Ao sul de Glen More, os planaltos culminam nos montes Grampianos, que descem bruscamente em direção às planícies. Estas constituem o fundo de uma fossa tectônica pela qual o mar penetra profundamente, formando os estuários do Clyde (Firth of Clyde), a oeste, e o do Forth (Firth of Forth), a leste. Ao sul das planícies erguem-se os altiplanos do sul (southern uplands), que tradicionalmente separam a Escócia da Inglaterra.
A Inglaterra, em sua maior parte, é constituída de planícies. No norte, estende-se desde as fronteiras da Escócia a cadeia Penina e, no extremo noroeste, encontra-se o maciço de Cumberland que, submetido à ação das geleiras quaternárias, constitui a chamada área dos lagos (Lake District), e culmina no monte Scafell, com 978m. O extremo sudoeste da Inglaterra é uma região de colinas, que fazem ondular a península da Cornualha.

Onde os velhos maciços ou camadas das lowlands em saliência chegam diretamente ao litoral, erguem-se costas escarpadas, como as da Cornualha e as famosas "falésias brancas de Dover" (white cliffs of Dover). A fusão dos gelos, posterior à última glaciação, fez subir o nível do mar e afogou os baixos vales, dando origem a rias, como nos estuários do Tâmisa e do Severn (ou canal de Bristol). A costa oeste da Grã-Bretanha é muito mais recortada que a oriental; seus movimentados portos, no entanto, são protegidos dos ventos e tempestades vindos do Atlântico pelas reentrâncias do litoral, por golfos (como o mar da Irlanda) e por anteparos de ilhas, como a Irlanda, as Hébridas e a ilha de Man.

No oeste da Grã-Bretanha, o País de Gales é uma região de montanhas e colinas banhada pelo mar a oeste, norte e sul, e que se limita a leste com a planície inglesa. O monte Snowdon (1.085m) constitui seu ponto culminante.
A Irlanda do Norte, diante da costa da Escócia, apresenta uma estrutura geológica semelhante. Sua planície central estende-se em torno do Lough Neagh, o maior lago do Reino Unido, e é um prolongamento das planícies da Escócia.

Clima

A característica dominante do clima no Reino Unido é sua grande dependência do oceano Atlântico. A corrente do Golfo leva enormes quantidades de água temperada tropical proveniente do golfo do México para as costas do oeste da Europa, que são assim beneficiadas por sua enorme contribuição calorífica. Os ventos dominantes do oeste acumulam sobre as ilhas Britânicas massas de ar temperado e úmido, que produzem chuvas abundantes nas encostas ocidentais das montanhas.

Embora as precipitações pluviais diminuam à medida que se avança para o sul e para o leste, até totalizarem pouco mais de 500mm sobre o estuário do Tâmisa, a atmosfera permanece úmida e brumosa na maior parte do ano. As chuvas distribuem-se por todas as estações, e a instabilidade atmosférica é constante. As temperaturas variam pouco ao longo do ano. Devido à influência oceânica, as médias oscilam, no inverno, entre 4°e 6°C, no norte e, no verão, entre 12°e 17°C no sul.

Embora no inverno caiam nevadas, em geral estas só apresentam certa importância nos planaltos da Escócia e nas maiores elevações. Nas planícies do sudeste, as temperaturas de verão permitem o cultivo de trigo, e as costas do canal desfrutam de clima relativamente ensolarado. Nas diversas partes das ilhas, os dias de nevoeiro variam entre 5 e 55 por ano. O outrora famoso fog londrino, que misturado à fumaça das fábricas constituía o smog, diminuiu muito, em decorrência das rigorosas medidas antipoluição.

Hidrografia

Os rios britânicos são curtos, mas por causa do clima úmido relativamente volumosos, com moderadas enchentes de outono-inverno. Os maiores ocorrem nas baixas do sul: o Severn (290km) e o Tâmisa (338km) são os mais longos. O primeiro desemboca no interior do profundo canal de Bristol, aberto ao Atlântico, e o segundo abre-se em amplo estuário ao desembocar no mar do Norte. Outros rios dignos de nota são o Ouse, o Trent, o Tyne. Na Irlanda do Norte, o Bann e o Mourne. O relevo moderado e as grandes descargas facilitaram a abertura de canais que interligam os rios.

Em sua maioria, os rios são de escasso desnível, e muitos deles navegáveis em grande parte de seu curso. A larga plataforma continental provoca acentuadas correntes de maré, que limpam naturalmente os estuários, facilitando o acesso aos portos. Somente no Wash, na costa leste, ocorreu apreciável assoreamento, que permitiu a instalação de pôlderes na região de Fens. Os lagos são mais numerosos nos velhos maciços e originaram-se em vales de geleiras. Na Escócia, onde são chamados lochs, há muitos deles, de forma alongada. O maior, porém, o Lough Neagh, fica na Irlanda do Norte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário